Perder um animal de estimação é sempre muito difícil. Não importa em qual fase da vida eles nos encontram, o amor que cresce dentro de nós é inquestionável. A paulistana Angela Destri, 26, é mais uma amante dos animais que também sofreu com essa perda. Bisou, um schnauzer preto que chegou a sua casa quando ela tinha apenas 13 anos, faleceu em março de 2017 devido a complicações em uma cirurgia.
Como Bisou tinha 10 anos na época, sua partida precoce acabou agravando as coisas para a jovem. Amiga da veterinária que cuidava do cãozinho, Angela sempre comentou ser apaixonada por gatos – ela já havia dito que gostaria de adotar um. Sabendo disso, a doutora entendeu que ter um novo animalzinho em casa ajudaria a lidar com a morte de Bisou. Como a perda era muito recente, sua mãe, Claudia, estava muito relutante em adotar outro animal.
Certo dia, a jovem estava no trabalho e recebeu uma mensagem da veterinária com a foto de um gatinho recém-nascido e que estava livre para adoção. Foi amor à primeira vista!

Apesar da paixão instantânea, Angela tinha dúvidas se deveria ceder e adotar o felino. A rejeição de sua mãe era um obstáculo muito grande para a sua ideia de ter um novo animal em casa. Após pensar um pouco, ligou para seus irmãos e discutiu a possibilidade de levar o gato consigo. Percebendo a indecisão da jovem, a veterinária revelou uma informação que a faria decidir pela adoção na hora. O filhote não poderia ficar mais um dia e teria que retornar para onde ela o encontrou: no estacionamento de uma pizzaria.
Foi o argumento que Angela precisava para decidir encarar sua mãe. No dia seguinte, passou no consultório – em segredo – e buscou o gatinho para leva-lo para casa. Ao chegar, encontrou o que esperava. Sua mãe ficou muito brava e disse que não poderiam ficar com ele. Se a garota não o levasse de volta para onde o pegou, ela iria deixa-lo na rua.
A vida na rua é cruel e, apenas em São Paulo, são mais de nove milhões de animais abandonados, de acordo com a OMS. Ciente disso, Claudia permitiu que a filha cuidasse do gatinho até que outra família tivesse interesse em adotá-lo.
O tempo foi passando e o gato, que recebeu o nome de Lênin, foi ficando na casa da família Destri. Claudia brigava frequentemente com a filha por não encontrar um novo lar para o bichinho e dizia – em vão- que iria entrega-lo para qualquer pessoa. Um mês depois, Lênin foi conquistando o seu lugar no coração de Claudia (ou, como diz Angela, no coração da avó). Ambos já dividiam espaço no sofá para um cochilo no fim de semana. Foi nesse momento em que a filha perguntou:
“Ele pode ficar, né?”
Aceitando a derrota, Claudia apenas concordou.
“Tá bom, né, fazer o quê?”
Atualmente Angela já não mora mais com a mãe, dividindo um apartamento em Pinheiros com um colega. Agora quem sofre é Cláudia. “Ela vive me pedindo para mandar fotos do Lênin e diz que vai passar em casa apenas para vê-lo. Eu morro de rir!”, conta a filha – ou, melhor dizendo, a “mãe” de Lênin.
Adoção responsável
Como mostramos na história de adoção de Lênin, Angela sofreu com a relutância da mãe para conseguir adotar o gatinho. Quando falamos sobre adoção responsável, a autorização dos pais e/ou a concordância de seu parceiro é muito importante na hora de tomar a decisão de adotar. A insegurança pode levar ao abandono do animal e piorar ainda mais a situação nas ruas. Se quiser saber mais sobre o assunto, escrevemos sobre adoção responsável aqui.